Cientistas franceses implantam células de biocombustível em ratos

por STX Sex 21 maio 2010 - 13:45

Pesquisadores de uma universidade da França conseguiram implantar células de biocombustíveis baseados em glicose em um animal vivo. Como essa substância é uma fonte potencialmente ilimitada de energia, não existe a necessidade de uma intervenção cirúrgica para sua substituição, como acontece com as baterias que fornecem energia em órgãos implantados.

De acordo com site Technology Reviwe, Philippe Cinquin e sua equipe do Centro Nacional de Investigação Científica, situado na Universidade Joseph Fourier, em Grenoble, inseriram um dispositivo alimentado por glicose na cavidade abdominal de um rato e mediram o seu desempenho por três meses. O implante consiste de eletrodos feitos de discos compactados de grafite com enzimas que catalisam a oxidação da glicose, atuando diretamente no processo de diálise.

O micro-aparelho usa as enzimas para coletar a energia a partir da glicose e oxigênio existentes no corpo do animal.

Algumas experiências anteriores falharam ou por causa das condições ácidas específicas que as enzimas exigem ou por serem inibidas por partículas carregadas no fluído que envolve as células.

A idéia de Cinquin para evitar esses obstáculos foi inserir as enzimas em discos de grafite que foram colocados em um saco de diálise. A glicose e o oxigênio podem passar então pelo dispositivo, mas as enzimas continuam em seus lugares, catalisando a oxidação da glicose gerando energia elétrica, atingindo por enquanto um máximo de 6,5 micro watts, ficando próximo aos 10 micro watts necessários para alimentar um marca-passo.

Durante o estudo com os ratos, foi medida uma energia constante de dois micro watts por 11 dias. Um deles mostrou indícios de oxidação de glicose em sua urina por três meses, indicando que o aparelho pode funcionar por muito tempo.

“Este é um grande avanço no campo de células biocombustível implantáveis”, disse Shelley Minteer, uma Eletroquímica da Universidade Saint Louis, nos Estados Unidos.

Segundo o site Physorg.com, a aplicação dessa técnica pode auxiliar os humanos em dispositivos tais como bombas de insulina, esfíncteres urinário artificiais, bio sensores, simuladores de crescimento ósseo e dispositivos de distribuição de medicamentos, bem como os marca-passos.

A equipe de Cinquin pretende continuar a pesquisa por meio de testes em animais maiores e por períodos mais longos.

Fonte: Geek