Melhores filmes Trash de todos os tempos.

Obras
que ultrapassam todo o limite do mau gosto estético e do ridículo, como
efeitos especiais constrangedores e roteiros beirando a imbecilidade
também surgem aos borbotões e ficam restritas a um nicho muito seleto:
o dos amantes de filmes trash. Portal RP faz aqui uma seleção de vinte pérolas que servem como boa iniciação nesse universo.
Por Luciano Cirne





TOP 20 FILMES TRASH

PARTE 1


Luciano Cirne




Entretanto, esteja avisado: se você não tem estômago forte, passe
longe! Ah, e também é importante frisar que a maioria desses filmes não
saiu em DVD (aliás, grande parte nem ao menos em VHS) em território
nacional, portanto só mesmo conseguindo cópias importadas ou procurando
pela internet. Dito isso, vamos ao que interessa:








10- Chicken Park (Itália, 1994): Imaginem uma versão fuleira de Jurassic Park
com galinhas gigantes ao invés de dinossauros... conseguiu visualizar
tamanha sandice? Tudo começa quando um cidadão tem seu galo de briga
roubado. Seguindo as pistas para recuperá-lo, ele chega a um parque
onde as tais galinhas são criadas e, a partir daí... bem, assista você
mesmo, porque se eu contar, ninguém vai acreditar mesmo... atenção para
os efeitos especiais que são simplesmente tétricos!



9- A Camisinha Assassina (“Kondom des Grauens”, Alemanha, 1996):
Esse filme até passou em mostras de cinema aqui no Brasil, mas nunca
chegou ao grande circuito, infelizmente. O enredo gira em torno do
detetive gay Luigi Mackeroni e sua luta contra camisinhas carnívoras
que devoram o pênis das pessoas! Se você ficou interessado, então há
esperança: a distribuidora Reserva Especial o lançou em VHS (mas
nenhuma outra empresa foi tão corajosa para relançar em DVD), mas
prepare-se, porque a procura vai ser longa e cansativa...



8- Guinea Pig ( “Za ginipiggu: Akuma no jikken” Japão, 1985):
Altamente desaconselhável para pessoas sensíveis. Teve várias
continuações e foi motivo de enorme polêmica nos EUA porque o ator
Charlie Sheen levantou a suspeita de que esse filme seria um snuff
(produção em que o elenco morre para valer), mas depois das
investigações, viu-se que aquilo nem bem poderia ser chamado de filme;
nada mais era que um trabalho de um grupo que fazia maquiagem para
filmes tentando mostrar o quão realista poderia ficar.



E FICOU MESMO! Assistir isso aqui é uma tarefa complicada, porque os
efeitos especiais são muito realistas, chegam a dar náuseas. Tudo se
resume a um grupo de sádicos que capturam uma garota e a torturam de
todo modo imaginável. Não é pra qualquer um, é perturbador, doentio,
mas a galera que curte terror hardcore vai adorar.



7- Ratos - a Noite do Terror (“Rats”, Itália, 1984):
Esqueça tudo que você sabe e conhece de cinema podreira; qualquer (eu
disse QUALQUER) obra cinematográfica vira um primor se comparado a essa
porcaria chamada Ratos – A Noite do Terror. Falta tudo aqui,
é simplesmente impressionante: falta um bom roteiro, faltam bons
atores, falta um figurino razoável (parece que todo mundo saiu de uma
versão carnavalesca de Mad Max) faltam efeitos especiais
convincentes e, reza a lenda, até mesmo ratos faltam, pois rola um
boato na internet em sites sobre trash movies que, na verdade, o
diretor (e picareta) Bruno Mattei usou porquinhos da índia e os pintou
de preto, para parecerem ratazanas... lastimável, não?


Ah, você quer saber a história? Então vamos lá: numa terra devastada
pela bomba atômica, um grupo de “punks” (eu realmente me recuso a
rotular algo tão vergonhoso como punks, mas enfim...) resolve pernoitar
em um laboratório abandonado e são atacados por ratos. Agora, o mais
engraçado são os tais ataques: alguém grita “socorro, os ratos estão
vindo!!” e quando corta a cena para os roedores em questão, aparecem um
ou dois parados mexendo os bigodinhos; isso quando eles não resolvem
cair do nada em cima dos nossos heróis (quando se vê claramente que são
bichinhos de plástico)... Enfim, não existem palavras para descrever o
quanto isso é hilário! Também saiu em VHS aqui no Brasil pela FJ Lucas,
dublado (pessimamente) em inglês; correndo atrás vocês encontram!




6- Náusea Total (“Bad Taste”, Nova Zelândia, 1987): Aqui temos a prova incontestável de que toda lagartixa um dia pode vir a ser um jacaré: Peter Jackson (diretor da trilogia Senhor dos Anéis e do remake de King Kong)
começou aqui sua carreira, ao narrar a história de aliens que
seqüestravam e matavam seres humanos para abastecer o estoque de carne
de uma rede de fast food intergaláctica! Acho que não preciso dizer
mais nada... de todos os filmes citados até agora, esse é o mais fácil
de se encontrar: saiu em VHS pela Mundial Filmes e em VCD, encartado em
uma revista especializada em filmes de terror.



5- Nekromantik (Alemanha, 1987): Perturbador até a
medula (eu mesmo confesso que tentei assistir várias vezes, mas só
depois de muito tempo consegui ter estômago para chegar ao final), o
filme narra a história de Robert que, junto com sua esposa Betty, forma
um casal de necrófilos. Um belo dia, ele acha um cadáver no mato, o
leva para casa e começam uma “linda” história de amor, até que a mulher
começa a achar o cadáver mais atraente que o seu namorado e decide dar
um pé na bunda do pobre coitado, o que leva tudo a um desfecho trágico.
Proibido em vários países, é muito estranho de se assistir porque,
mesmo com toda a aversão que causa o tema principal, sempre enfoca a
situação de modo sutil, sem nunca apelar para o grotesco. Mesmo as
cenas de sexo com o cadáver são feitas de modo até mesmo, ahn... como
direi... ”romântico”! Enfim, assistam e tirem suas próprias
conclusões... a direção é assinada por Jörg Buttgereit, que foi o
responsável pelos efeitos especiais do já comentado A Camisinha Assassina (ou seja, a gente logo percebe que porcaria é com ele mesmo).


4- Cannibal Holocaust (Itália, 1980):
Durante a década de 70, o cinema trash italiano estava vivendo uma onda
de filmes sobre canibais, pois eram produções baratas (bastava ficar
algum tempo enfiado na selva) que sempre davam lucro. Reza a lenda que
havia uma competição entre os diretores para ver quem fazia o filme
mais grotesco do gênero, e nesse ponto, Ruggero Deodato foi o vencedor:
Cannibal Holocaust é uma obra apavorante que não economiza em
sangue e realismo. Foi real até demais, aliás: por pouco o diretor não
pegou cadeia porque começaram a rolar boatos de que o elenco tinha
realmente batido as botas durante as filmagens (seria mais um caso de
snuff). Ruggero teve que levar todos os atores que compunham o núcleo
principal para um programa de TV italiano, para mostrar que estavam
todos vivos e bem.


Se por um lado, o elenco viveu, o mesmo não se pode dizer dos pobres
animaizinhos que morreram durante as filmagens. Para dar um clima mais
pesado, volta e meia alguém mata (para valer) uma tartaruga, um macaco,
um javali, num “espetáculo” de imenso mau gosto e, devido à tamanha
crueldade, mais de 50 países baniram essa obra, o que o torna
recordista em censuras.


Tá, mas e o enredo? Bem, o filme começa na parte colombiana da
Amazônia, onde uma equipe está procurando integrantes de uma rede
televisiva que se perderam enquanto faziam um documentário. Eles não
foram achados, mas seus equipamentos sim e... você está achando
familiar, não é? Percebeu que isso é a cara de Bruxa de Blair?
Pois é, pouca gente sabe que esse recente sucesso cinematográfico
copiou descaradamente a idéia dos nossos fratellos italianos. A
diferença é que, enquanto Bruxa de Blair investe na atmosfera soturna da floresta, nos ruídos, na escuridão, Cannibal Holocaust
é hardcore ao extremo, violentíssimo, o que já o torna desaconselhável
para a maioria do público, mas que é cultuado entre os fãs do terror
como uma obra-prima do gênero.




3- Pot Zombies (EUA, 2005): Sim, isso aqui é uma
verdadeira porcaria, trata-se de um monte de roqueiros que viram zumbi
depois de fumar uma maconha radioativa de Marte (??), mas o mais
curioso é saber quem perdeu tempo escrevendo tão insano roteiro: Blag
Dahlia, vocalista da banda hardcore Dwarves! Por sinal, todos os
integrantes da banda atuaram no filme, além de ainda terem assinado a
música tema. Atenção especial para a maquiagem, os zumbis parecem uma
versão raquítica e coberta de sangue do Incrível Hulk daquele famoso seriado fajuto dos anos 70...



2- Ataque dos Tomates Assassinos (“Attack of the Killer Tomatoes”, EUA, 1978):
Verdadeiro clássico do gênero, 9 entre 10 amantes do trash certamente
incluirão essa pérola na sua estante destinada aos favoritos, e é muito
fácil entender o porquê de tanta admiração: não dá para ficar
indiferente a tamanho absurdo, isso aqui é de se arrebentar de tanto
gargalhar! A simples imagem de legiões de tomates rolando pelas ruas
matando os transeuntes é motivo mais que suficiente para fazer qualquer
um correr até sua videolocadora favorita (sim, porque existe uma versão
nacional em VHS lançada pela obscura empresa Nacional Vídeo – aliás, é
lamentável o descaso que as distribuidoras de DVDs atuais tem para com
o cinema alternativo e os filmes B em geral, quase nunca são lançados
no mercado tupiniquim ), pois O Ataque dos Tomates Assassinos é um dos melhores anti-depressivos que o homem já criou.




1- O Vingador Tóxico (“Toxic Avenger”, EUA, 1985):
Antes de comentar, cabe fazer um pequeno parêntese sobre a empresa que
fez com que esse filme visse a luz do dia: a Troma Pictures,
capitaneada pelo insano Lloyd Kaufman, que acredita que toda idéia deve
ser estimulada, não importando o quanto ela possa parecer ridícula.
Como resultado dessa política de pensamento livre, volta e meia somos
brindados com coisas no melhor estilo trash de ser, e Toxic Avenger
certamente é o melhor entre seus piores, além de provavelmente ser sua
franquia mais rentável, tanto que já rendeu outras três continuações.

A história gira em torno de Melvin, um semi-retardado faxineiro de
uma academia que volta e meia é feito de idiota por todos ali, em
especial pelas mulheres, que sabem o quanto ele baba por elas e por
isso, volta e meia arranjam uma forma nova de constrangê-lo mais e
mais. Um belo dia, uma das garotas diz que vai transar com ele se ele
puser uma roupa de bailarina, e o idiota obviamente não percebe nada de
errado. Quando ele vai ao local combinado, toda a academia está em
peso, rindo da sua vergonha. Desesperado, ele salta da janela e cai em
um tonel de lixo tóxico nuclear, sofrendo com isso uma mutação terrível
e tornando-se o Vingador Tóxico, que usa seus poderes para combater o
crime e também para se vingar de todos que o fizeram de bobo.


Se vocês não conseguirem ter acesso a nenhum desses títulos, recorram a
versão nacional: nosso trash vai muito bem, obrigado, graças a
visionários como Peter Baiestorf e o pessoal da Black Vomit Filmes (que
recentemente produziu até clipe para os Ratos de Porão, que por sinal a
MTV censurou).


Aliás, façam ainda melhor: arranjem uma filmadora, xarope de groselha
pra fingir que é sangue, reúnam uns amigos e façam vocês mesmos sua
obra-prima da podridão. Não é preciso ter dinheiro, figurino, nada,
basta (desconstruindo Glauber Rocha) uma câmera na mão e titica na
cabeça...



+ PARTE 2






A
primeira matéria sobre os filmes trash fez tanto sucesso que tivemos de
fazer uma segunda parte, com Barbies e terror, Yeti, Robot Monster e
Paspalhões em Pinóquio e o filme turco de 1982, The Man Who Saved The
World, entre outros.
Por Luciano Cirne





FILMES TRASH - Parte 2





Luciano Cirne

















Antes de mais nada, nós de ROCK PRESS gostaríamos de
agradecer a todos que mandaram mensagens colaborando, dizendo que faltou essa
ou aquela obra, e também a todos que nos elogiaram. Agora, terminado o momento
rasgação-de-seda, vamos direto ao ponto.





Tendo em vista que algumas injustiças realmente foram
cometidas na primeira lista (se bem que, convenhamos, é tanta obra horrorosa
por aí que fica praticamente impossível não deixar alguém de fora), viemos aqui
em mais um serviço de inutilidade pública para sugerir aos amantes da podreira
cinematográfica mais dez pérolas para deleite de todos. Preparem o
estômago, e agüentem se puderem:













10 - THE HOUSE OF THE DEAD ( EUA, 2003 ): Filmes
baseados em jogos de videogame não são mais novidade, volta e meia um é
lançado; assim como também não é mais novidade que a grande maioria é ruim de
doer. Exemplos não faltam, como os pavorosos Super Mario Bros., Double Dragon
etc. Mas House of the Dead ganha o prêmio de pior com folgas.








Sabe quando você assiste algo, e depois disso volta e meia
fica lembrando e se arrependendo amargamente por ter desperdiçado horas
preciosas da sua vida com tamanho lixo? É o caso aqui.








Se você nunca jogou esse game, nem precisa se preocupar,
porque não há um pingo de fidelidade: o enredo se resume a um grupo de jovens
que vai para uma rave em uma ilha deserta e, chegando lá, encontra tudo
estranhamente vazio. Aí descobrem que lá vive um sacerdote que foi exilado
porque fazia experiências para ressuscitar os mortos e, como ele não tinha mais
cadáver no estoque, usou essa conversa mole de festa para atrair mais gente e
assim poder continuar com suas pesquisas mórbidas.








O roteiro é mais batido do que carro de bêbado, mas está
longe de ser o pior dos males. São tantos, mas tantos os problemas aqui, que
acredito que poderia tranquilamente ser feita uma matéria apenas com este
listando todos os defeitos, mas vou concentrar-me nos mais interessantes:








- Os cenários chegam a constranger de tão mal feitos que
são; parecem uma versão sombria de "Xuxa só para Baixinhos";








- A maquiagem e os efeitos especiais também são qualquer
nota: em uma das cenas, dá para ver claramente que o zumbi está usando um
trampolim para saltar em cima dos protagonistas.








E o pior de tudo é saber que o diretor desse longa-metragem
(o alemão radicado nos EUA Uwe Boll) não só estragou esse jogo, como também fez
adaptações para o cinema de outros games (Alone in the Dark e Bloodrayne, ambas
igualmente massacradas pela crítica e fracasso retumbante nas bilheterias), e
nem assim se mancou.








Pior ainda: revoltado com as críticas, ele, que antes de
ser... ahn... ”cineasta”, foi pugilista na Alemanha, resolveu chamar seus
detratores para a porrada. Isso mesmo: ele armou um evento, com o sugestivo
nome de “Raging Boll” (trocadilho com o filme Raging Bull, no Brasil chamado de
Touro Indomável) e desafiou todos que o malharam para resolver as desavenças no
braço. Até a presente data, apenas quatro toparam e todos foram impiedosamente
surrados pelo alemão.








Se alguém ficou curioso, aqui vai o link para conferir suas
lutas no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=tqbVb-W7GqI&mode=related&search=







Ah, e existe uma versão nacional em DVD de House of the Dead, saiu pela
Flashstar!










9 - WILD ZERO ( Japão, 2000 ): vou tentar sempre manter a
tradição e listar ao menos um filme trash em que conste uma banda de rock. Wild Zero nesse aspecto está muito bem
servido: foi escrito, dirigido e estrelado pelo pessoal do Guitar Wolf. A trama
é batida (aliens invadem a Terra transformando humanos em zumbis, e nossos
queridos heróis roqueiros salvam a pátria, não sem antes aniquilarem uns
quinhentos mortos-vivos), mas a matança caricata e desenfreada compensa, com
muito, mas põe muito sangue nisso, e ainda mais com GW de fundo musical!








8 - RECTUMA ( EUA, 2004 ): alguém já disse que “sempre é
possível ser mais escroto”, e coisas como Rectuma só fazem crer que isso é uma
verdade inquestionável. Isso aqui é sobre uma bunda gigante que ataca uma
cidade. Pois é, nem eu mesmo acreditei quando me contaram que algo tão estúpido
assim existia. O que leva alguém em sã consciência a escrever e rodar uma
sandice dessas? Talvez o mesmo que tenha me levado a assistir e passar mal de
tanto gargalhar... É ver para crer!










7 - DOLLA MORTE ( EUA, 2006 ): mais um da série “Quando
penso que já vi de tudo...”. Filme de terror podreira feito apenas com bonecas
Barbies! Alguns dizem que Dolla Morte nada mais é que uma imitação tosca de
Team America, filme cujo “elenco” é composto apenas de marionetes, dirigido
pela dupla Trey Parker e Matt Stone (do insano desenho South Park).





Talvez até tenham uma certa razão, pois há
várias semelhanças entre o ácido estilo humorístico de ambos, mas o buraco aqui
com certeza é mais embaixo, rolam umas coisas realmente doentias, e, em
determinados momentos, é de virar o estômago. Não é para qualquer um, mas não
sei por que, depois dessa matéria, acho que vai ter muita gente doida para
assistir...








6 - HOLOCAUSTO PORNO ( Itália, 1981 ): não,
apesar do título, esse não é um filme pornográfico (embora tenha cenas de
sexo e de nudez em abundância – sem trocadilhos). Um grupo de cientistas
vai para uma ilha deserta fazer pesquisas e dão de cara com um zumbi que
estupra as garotas e as mata com seu esperma radioativo (!!). São duas horas de
duração, que podem ser resumidas da seguinte forma: nos primeiros quarenta
minutos, é sempre a mesma coisa, um casal conversa um pouco e decide transar.
Então eles decidem finalmente ir para a tal ilha deserta, mas nada muda,
continua esse mesmíssimo esquema - o tal zumbi só aparece aos 90 minutos! E
assim vai até que, no final, o casal que sobrevive à matança consegue fugir da
ilha e comemora vocês já imaginam como... é apelativo ao extremo, sem dúvida,
mas dá para rir bastante!







5 - STORY OF RICKY (Lik Wong, Hong Kong, 1991 ) – Estava faltando um
representante daqueles filmes de pancadaria orientais, não é? Não está mais!
Story of Ricky é um festival de sangue e sopapos absurdamente inverossímeis, e,
por isso mesmo, divertidíssimo.








No “futuro próximo” de 2001, um cidadão com super poderes é
preso (mas... se ele tinha super poderes, como é que foi parar em cana?
Superman o capturou?) e colocado em uma cadeia onde os policiais, além de
corruptos, tratam os presos com extrema violência. Cansado dos maus tratos, ele
resolve se rebelar e o resto todo mundo já sabe: socos e pontapés regados a
MUITA tinta vermelha. Foram tantos galões utilizados que Siu-Wong Fan (ator que
interpretou o papel-título) ficou três dias completamente vermelho após as
filmagens, por mais que tomasse banho!








Para vocês terem uma pequena amostra do grau de insanidade
da coisa, separei um pequeno trecho no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=t7Sptdhpa8A
.








Se acharam isso ridículo, relaxem, ainda não viram nada. A
violência aqui, de tão exagerada, acaba ganhando contornos caricatos. Um dos
vilões em um determinado momento chega ao cúmulo de enforcar o protagonista com
os seus próprios intestinos... preciso dizer mais?










4 - YETI – O MONSTRO DO SÉCULO 20 (Yeti, Itália, 1977): houve
uma época em que o cinema italiano pegava carona nos sucessos ianques e fazia
inúmeras imitações baratas. Por isso fomos brindados com coisas como Keruak – O
Exterminador de Aço (plagiando O Exterminador do Futuro), O Último Tubarão (que
imitou tão descaradamente o clássico do Spielberg que o diretor Enzo G.
Castellari chegou a ser processado. Em alguns países da Europa, tiveram a
audácia de vender esse filme como uma continuação legítima de Tubarão!),
Thunder – Um Homem Chamado Trovão (imitando Rambo) e por aí afora.








Como nesse ano de 1977 a febre era King Kong, claro que o povo lá
da Hollywood genérica não ia deixar passar batido, não é mesmo? Yeti é péssimo
em tudo, chega a constranger ver um bicho que mais parece uma versão barbuda e
de cabelo comprido do Tony Ramos subindo em prédios que são maquetes tão mal
feitas que fazem os cenários de seriados toscos japoneses como o do antigo
Ultraman parecerem verdadeiros primores do capricho.








A trilha sonora também é chata pra burro, ouçam o MP3 da
canção tema e me digam se não tenho razão... resumindo, é engraçado demais, mas
tem que ter MUITA força de vontade para agüentar até o fim essa bomba. Chegou a
ser lançado aqui no Brasil em VHS pela Transvídeo, mas se mesmo na época já era
complicado encontrar, imagina agora...








3 - OS PASPALHÕES EM PINÓQUIO 2000 (Brasil, 1980): finalmente,
um representante verde e amarelo! Além de bisonho, é uma raridade (eu mesmo só
consegui assistir porque um amigo conseguiu uma cópia extremamente
mal-gravada... é realmente uma pena que as distribuidoras de DVD não queiram
relançar esses clássicos dos tempos áureos da pornochanchada; periga todos eles
acabarem no esquecimento).








O que dizer de um filme com Rony Cócegas, Ted Boy Marino,
Dudu França e outros “ícones” que, com a ajuda de um robô gay, lutam contra um
inescrupuloso dono de uma fábrica de papel higiênico que pretende disseminar
uma epidemia de diarréia? Absolutamente obrigatório! Corram atrás, e boa sorte,
pois, até onde eu sei, não é possível achá-lo para download nos torrents da
vida (quem souber, por favor, me avise!)...







2 - ROBOT MONSTER ( EUA, 1953 ) – Recebi algumas reclamações de que, na minha
lista anterior, não constava nenhum clássico trash, portanto, nessa nova
edição, resolvi colocar um legítimo representante da podridão old school: Robot
Monster é tão surreal que merecia constar nessa matéria. Tudo que você pode
imaginar de ridículo e absurdo, aqui tem.








Para começar, sinceramente não é concebível como o diretor
Phil Tucker imaginou que um gorila com capacete de escafandrista, antenas de
televisão, andando por aí com uma arma que solta bolhas de sabão conseguiria
assustar alguém e, mais absurdo ainda, não dá para acreditar que ele tenha
ficado tão indignado com as inúmeras críticas que o filme recebeu que tenha
tentado até mesmo se suicidar.








Mas aí entra talvez a parte mais irônica da história: deprimido
e desiludido com seu retumbante fracasso, Phil resolveu se enforcar, mas a
corda arrebentou e ele descobriu que, como diria o personagem dos quadrinhos de
Sérgio Aragonés, Groo, “Nem coisa errada ele faz certo”...








E olha que ainda nem comentei sobre os cenários, tão fajutos
que, em determinados momentos, chegam ao cúmulo de balançar! Enfim, é uma
experiência única; por mais que eu me estenda aqui, jamais conseguirei
descrever a sensação de assisti-lo.








1 - THE MAN WHO SAVED THE WORLD (Dünyayi kurtaran adam,
Turquia, 1982): admito, foi erro
realmente imperdoável de minha parte ter excluído essa pérola da primeira
lista, mas antes tarde do que nunca. Ele
merece essa “honra” pois, não bastasse ser tétrico, também é a prova cabal de
que a cara de pau de determinadas pessoas desconhece limites.








No exterior, além de já ter status de cult movie, ele também
é conhecido pela alcunha de “Turkish Star Wars” (Star Wars Turco), porque
aproximadamente 40% do filme são cenas do famoso filme do George Lucas,
roubadas e inseridas sem o menor pudor. Mas o apelido é uma injustiça - não foi
só essa obra que teve algo usurpado: a trilha sonora é a mesma de Caçadores da
Arca Perdida, além de cenas de Planeta dos Macacos e Flash Gordon. Ou seja, o diretor Çetin Inanç foi o
precursor do “sample cinematográfico” e nem sequer se deu conta.








O resultado final não poderia ser outro; é tudo tão, mas tão
ridículo, que parece um episódio estendido (e, o mais impressionante de tudo,
piorado) de Power Rangers. Atenção especial para a cena em que o herói está
vendo no radar as naves inimigas se aproximando - o tal “radar” nada mais é que
o jogo Pac-Man, do Atari (!!)...








Também é importante frisar que existem outras tosqueiras
made in Turquia: desde versões genéricas de Jornada nas Estrelas (que chegam ao
cúmulo de usar os mesmos nomes dos personagens do seriado) a até mesmo Superman.
É plágio para todos os gostos, escolha o seu favorito e divirta-se...








Link para a cena do combate espacial chupada de “Star Wars”:
https://www.youtube.com/watch?v=TA7tz3FBJ1k&mode=related&search=






Antes de me despedir, não posso esquecer de fazer a boa ação do dia: grande
parte dos filmes já comentados aqui são encontrados para download no site http://boizebu.blogspot.com . Agora não tem mais desculpa, baixem lá e
divirtam-se... ou, claro, faça você mesmo a sua tranqueira (e não se esqueça de
me enviar uma cópia)!

Ferreiratasso escreveu:Tambem assisti o chicken park, falei para os colegas de colégio que era um jurassic park só com galinhas gigantes, ninguém acreditou!

Luís Eduardo escreveu:

Ferreiratasso escreveu:Tambem assisti o chicken park, falei para os colegas de colégio que era um jurassic park só com galinhas gigantes, ninguém acreditou!

Como você conseguiu assistir a ele? É um tanto difícil de encontra-lo

KeuZ escreveu:A Geladeira Assassina >



classico! rs.