Triple Oxygen é entrevistado pelo Blog Zeebo Brasil e anuncia ter reproduzido áudio MP3 e vídeos MP4 no Zeebo

Modificações em consoles de videogame são um tema polêmico, que assombra as empresas fabricantes por ser comumente associado à pirataria e outras atividades ilegais. Mas nem sempre é assim: apesar de violarem as garantias individuais do aparelho, as modificações muitas vezes permitem ao usuário a adição de funções interessantes, que jamais seriam obtidas por meios oficiais. Foi assim com plataformas como o iPhone (e seu processo de jailbreak) ou o primeiro Xbox, que receberam uma gama de novas funções e/ou aplicativos a partir de modificações de usuários.
Há pouco tempo, nada se ouvia falar a esse respeito quando o assunto era o Zeebo. Até que o internauta de codinome Triple Oxygen, que se auto-denomina “entusiasta na área de programação e engenharia reversa”, postou algumas descobertas pessoais sobre o hardware do aparelho em seu site, o O3 Labs. Os textos, repletos de termos técnicos, dão a entender que modificações no Zeebo são uma realidade alcançável. O assunto logo chamou a atenção da comunidade, e a nossa também! Por isso, trocamos algumas palavrinhas com Triple Oxygen, que nos falou um pouco mais sobre o que anda descobrindo.

P: Como se apresentaria para o público da Web que não o conhece?
R: Alguém que gosta bastante de eletrônica e programação, bem como de seus processos inversos (a engenharia reversa) : )

O que acha do Zeebo, e o que o motivou a adquirir um?
O Zeebo é uma iniciativa interessante e válida. Já em relação ao console em si – conhecido como “hardware de celular” -, tem um hardware um tanto simples para um console, visto o que temos disponível hoje. Mas não é a proposta da Tectoy lançar um console com tecnologia e recursos “leading edge” [de ponta], por isso acredito que a plataforma atual satisfaz suas intenções (“edutainment”); apesar de não apelar para gamers mais exigentes, limitando o alcance do console. E deve ter sido vantajoso a escolha do combo hardware (CPU) + software da Qualcomm. O que me motivou foi curiosidade. Queria saber como era este vídeo-game brasileiro: como era o sistema, seus jogos, hardware e software, e principalmente, o que poderia ser feito nele além do que nos foi concedido.

Como andam seus estudos sobre o hardware do aparelho?
Atualmente estou documentando e extraindo o máximo de informações dos dumps das RAMs [informações contidas nas memórias]. Já identifiquei trechos interessantes, como os que permitiriam ativar a porta USB de serviço para modo download e trace, conforme o SDK [kit de desenvolvimento] oficial mostra. Assim que conseguir manipular o ARM11 (núcleo responsável por rodar o BREW e as aplicações/jogos), poderemos tentar esta e inúmeras outras modificações que tenho anotadas!

Pelo conhecimento que adquiriu sobre ele até o momento, já seria possível fazer algo de concreto hoje?
Acredito que em breve, pois já temos muitas informações úteis sobre o console que podem tornar nossos objetivos uma realidade.

É possível fazer nele alguma modificação do tipo “CPU overclock” [aumentar a frequência do processador]?
Bem provável que sim. Este tipo de modificação deve ser feito pelo [processador] ARM11, e até conseguir rodar código de maneira estável nele (até então, só no ARM9), não poderemos ter certeza. Mas há grandes chances de que será possível. Alguns celulares que usam a mesma CPU tiveram seu clock aumentado em 150MHz+ e funcionando 100%!

Quais os resultados mais interessantes que imagina serem possíveis a partir de uma modificação no Zeebo?
Em hardware, não há muito o que fazer. Ele já nos fornece portas USB onde poderíamos ligar diversos dispositivos externos, além da entrada de cartão SD. A nível de software, os planos são portar outros sistemas operacionais para a plataforma, como o Android ou uma distro Linux; e permitir que os usuários executem código no console (homebrew) [aplicativos caseiros]. Caso alguém queira contribuir com ideias (Twitter: @tripleoxygen), colocarei na lista “Para pesquisar”.

Pretende compartilhar algo com outros usuários da plataforma, ou manterá seus achados para uso próprio?
Todo o progresso será compartilhado, com certeza. : ) É uma pesquisa de usuário para usuário; para a comunidade Zeebo. Por enquanto, não há nenhum material publicado, por estarem em estágios iniciais e não terem uso prático algum. Além disso, a Zeebo Inc./Tectoy pode usá-los para lançar uma atualização que corrige ou “tampa” uma brecha que usaríamos para alcançarmos nossos objetivos. Porém, independentemente do resultado das pesquisas, publicarei todos os achados até então.
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Agradecimentos ao Triple Oxygen pelo tempo que nos concedeu. Para acompanhar suas descobertas mais recentes, acessem o 03 Labs.

RDCM escreveu:Interessante, está é a primeira chance que se tem de criar MODs para o Zeebo, espero que eles consigam algum resultado e que a Zeebo Brasil não entre no caminho deles.

PS:Um Overclock no Zeebo seria interessante.

daniels escreveu:

RDCM escreveu:Interessante, está é a primeira chance que se tem de criar MODs para o Zeebo, espero que eles consigam algum resultado e que a Zeebo Brasil não entre no caminho deles.

PS:Um Overclock no Zeebo seria interessante.

Será que o Overclock no Zeebo aumentaria o framerate do Raging Thunder 2?

metallizer escreveu:para os interessados em acompanhar de perto o progresso:

http://twitter.com/tripleoxygen

no ultimo update ele já estava ouvindo mp3 pelo sdcard do zeebo.

dinhoin escreveu:Se o cara já ta ouvindo mp3 no zeebo , daqui a pouco ele vai portar jogos e melhorar o view distance do raging thunder 2 , porque ver o cenario aparecer na sua cara ninguém merece

Koster escreveu:É, mas temos um problema grande:

O Zeebo tem atualizações pela 3G. Se eu fizer algo que a TT considera errado e eles quiserem me punir pela rede, eles conseguem. Fora que AT nunca mais, ou seja, em alguns meses no seu próximo bug comprometedor (de tempo em tempo tem um desses), ferra tudo.

Mr.Anyone escreveu:Embrulhe o Zeebo no papel alumínio e pronto, ele não vai mais se conectar á 3G